sexta-feira, 29 de julho de 2016

NO QUE SE INSPIRA TEMER


Temer é um traidor. Ponto.

Seu livro de cabeceira deve ser Le Tartuffe de Molière. Nele, Tartufo, se inspira. "O escândalo do mundo é o que faz a ofensa. Pecar em silêncio não é pecar totalmente" disse o personagem musa de Michel. E assim Michel faz, confabulando, tramando, conspirando e traindo em silêncio, na surdina, nas alcovas. Volta e meia rompe a tradição vaza uma carta, um áudio de WhatsApp. Mas geralmente segue a regra.

Que traiu Dilma todo mundo sabe e viu. Todo o mundo.

Diz-se em Brasília que estaria, neste instante, traindo seu fiel escudeiro Eduardo Cunha. Tenho cá minhas dúvidas. Já não duvido da sua traição a Geddel, Moreira Franco e, principalmente, Eliseu Padilha. Aos três prometeu “a chefia do Governo”. Na prática, vem esvaziando suas funções, retirando competências, ceifando poder de decisão.

Hoje, a tal chefia de governo está nas mãos de Henrique Meirelles. Nele o poder está concentrado – e sempre aumentando. A notícia de que Temer confirmou ao ministro interino do Planejamento, Dyogo Oliveira, que a Secretaria de Orçamento Federal (SOF) irá para a Fazenda, é prova disso. Os jornais já dão, inclusive, o nome da cotada para assumir o orçamento: Ana Carla Abrão, secretária de Fazenda do Estado de Goiás, por “coincidência”, terra natal de Meirelles.

Como seu impulso pela traição parece ser incontrolável, as apostas em Brasília são quando e como o ilegítimo Temer começa a puxar o tapete do interino Meirelles...

Em tempo: Le Tartuffe de Molière é uma comédia; já a versão que habita o Jaburu é uma tragédia.

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