segunda-feira, 1 de agosto de 2016

AMAMENTAR É DAR AMOR. A QUALQUER HORA, EM QUALQUER LUGAR.

Aconteceu na Argentina.

No dia 12 de julho, Konstanz Santos saiu de um banco situado no centro de San Isidro, cerca de 20 quilômetros ao norte da capital argentina, e se sentou em uma pracinha para dar o peito ao filho de nove meses.

Foi então que duas mulheres policiais se aproximaram para pedir documentos de identidade à jovem e comunicar que era "proibido" amamentar em lugares públicos. Konstanz questionou que lei estabelecia essa restrição e uma das agentes "agarrou" seu braço para que se levantasse, segundo relatou a afetada ao jornal "El Argentino Zona Norte".

"Tive que ir embora com o bebê chorando", disse a jovem, que recorreu à justiça e a várias delegacias, mas nenhum lugar aceitou a denúncia pela agressão.

Mas acontece também no Brasil.

No dia 29 de junho, a deputada estadual Manuela D’Ávila (PCdoB/RS), foi fotografada amamentando sua filha Laura, de 11 meses, durante a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa. A fotografia gerou polêmica, correu o mundo e virou notícia em diversos países da América Latina e Europa, além da Índia, Japão e Nigéria.

É preciso reagir.

Após o ocorrido na Argentina, María de Velasco, uma mãe da mesma cidade de Konstanz, decidiu convocar um "mamaço" pelo Facebook na pracinha onde ocorreu o caso. Logo em seguida, o protesto contou com a adesão de organizações sem fins lucrativos e mães de todos os cantos do país. Centenas de mulheres se reuniram em diferentes lugares públicos da Argentina para amamentar seus bebês. Era possível ver crianças com bebês de brinquedo, homens com bonecas de pano e pessoas de todas as idades com tambores e cartazes de mensagens como "amamentar é dar amor".

No Brasil, Manuela aproveitou a absurda polêmica para levantar uma reflexão do porquê sua imagem amamentando ao lado da filha em um espaço de poder incomoda tanto. "A política é masculina e machista, a política não tem espaço para as mulheres, a política não tem espaço para o que nos diferencia dos homens, a política não tem espaço para a ingenuidade e para a alegria das crianças, não tem espaço para a naturalidade com que conciliamos nosso trabalho e nossas lutas com nossos bebês. Levar Laura comigo tornou-se, sem que eu percebesse, uma forma de resistir a política que desumaniza", escreveu a deputada em sua página no Facebook.

Dia Mundial da Amamentação

Hoje, 1º de agosto, é comemorado o Dia Mundial da Amamentação – data criada em 1992 pela Aliança Mundial de Ação pró-amamentação com a finalidade de promover o aleitamento materno e a criação de bancos de leite, garantindo, assim, melhor qualidade de vida para crianças em todo o mundo. A data é comemorada dentro da Semana Mundial de Aleitamento Materno, que ocorre em 120 países anualmente entre os dias 1º e 07 de agosto.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a amamentação é a principal forma de fornecer ao bebê os nutrientes necessários para sua sobrevivência e seu desenvolvimento. Nos primeiros seis meses de vida, deve ocorrer o aleitamento materno exclusivo, sem a complementação com nenhum alimento.

No leite materno, a criança encontra não só as substâncias necessárias para a sua nutrição, mas também anticorpos fundamentais para protegê-la no início da vida. O leite materno também garante proteção contra infecções respiratórias, evita casos de diarreia e o seu agravamento, além de diminuir os riscos de alergia.

Diante de tantos benefícios, não é difícil entender como a amamentação é fundamental para a saúde da criança. Diante de tais benefícios, é incompreensível o comportamento retrógrado, tacanho e preconceituoso de algumas pessoas que, movidas por uma estranha noção moralista, combatem o direito à amamentação, seja onde for, de mães e crianças.



(Essa pauta foi uma dica da amiga Carolina Neta. Mande você também dicas de pauta para o Blog do Éden: edenvaladares@gmail.com)

Com informações do Terra, Uol e Facebook (Manuela)

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