quarta-feira, 7 de setembro de 2016

LAVA-JATO CHEGA A GEDDEL. DE NOVO.



Matéria de Filipe Coutinho da revista Época afirma que Relatório da PF mostra pressão de Geddel dentro do fundo de investimento da Caixa. "Boca de jacaré para receber, cordeirinho para trabalhar e ainda reclamão."

Adivinha quem colocou Geddel na Caixa de onde ele é acusado de desvios? E adivinha quem também colocou Geddel no ministério e lhe deu foro privilegiado?

Não bastasse a pressão das vaias no Sete de Setembro e no Maracanã; e não fosse suficiente a pressão das ruas no FORA TEMER que cresce a cada dia; Michel ainda tem que lidar com a Lava-Jato que toda envolvido seu próprio nome e dos seus ministros mais próximos...

Eis a matéria:

Acusado de ser o operador financeiro do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o empresário Lúcio Funaro, preso pela Operação Lava Jato, foi flagrado em mensagens de celular acusando Geddel Vieira Lima, um dos ministros mais influentes do governo Michel Temer, de fazer pressão numa operação de R$ 330 milhões no fundo de investimento do FGTS, o FI-FGTS.

Segundo a Polícia Federal, Geddel tinha “preocupação exacerbada” sobre um aporte do banco para o grupo J.Malucelli, no valor de R$ 30,6 milhões, o primeiro de um total de R$ 330 milhões.

Esse é o primeiro indício da atuação de Geddel dentro do FI-FGTS, uma das novas frentes da Lava Jato que faz uma devassa nos aportes multibilionários bancados pela Caixa Econômica. Geddel foi vice-presidente do banco entre 2011 e 2013 e já admitiu publicamente que se encontrava com Funaro, mas disse que eram encontros de cortesia. Funaro, por sua vez, é acusado de ser o operador financeiro dos desvios de dinheiro do FI-FGTS, feudo controlado pelo PMDB (incluindo aí, Cunha) e que envolve megaempresas, como Odebrecht e a Eldorado Celulose, empresa do grupo que controla marcas como JBS e Friboi. Para a PGR, havia pressão política para liberar investimentos para empresas do esquema, em troca de propina.

As mensagens, obtidas por ÉPOCA, constam de perícia realizada pela Polícia Federal no celular de Fábio Cleto, ex-vice-presidente da Caixa e agora delator na Lava Jato. As conversas são de 2012, período que Cleto admitiu à Lava Jato operar dentro do FI-FGTS, a mando de Funaro e Cunha – em troca, ele disse que recebia propina. Geddel e a J.Malucelli não foram citados na delação de Cleto.
Nas mensagens, Cleto e Funaro usavam códigos, de acordo com o Relatório de Análise de Material Apreendido 049/2016. Funaro era “lucky” (sortudo). Cleto era GGeko, uma referência ao ganancioso investidor do filme Wall Street (1987), Gordon Gekko.

“Ele é boca de jacaré para receber e carneirinho para trabalhar e ainda reclamão”, escreveu Funaro numa mensagem de texto a Cleto. Conhecido pelo temperamento explosivo e verborrágico, Funaro diz ainda que tinha “condição total se ele me encher o saco de ir para porrada com ele”. Cleto relata pressão de Geddel:

A conversa entre Cleto e Funaro gira em torno de operação financeira da Caixa em favor da empresa J.Malucelli Energia. Trata-se de um investimento do FI-FGTS no valor de R$ 330 milhões. O primeiro depósito aconteceu em 2012, no valor de R$ 30,6 milhões.

“Ele está louco atrás dessa operação da Malucelli. Já me cobrou umas 30 vezes”, diz Cleto. Funaro, por sua vez, sugere dificultar o negócio. “Segura essa m... Ele quer f... tudo que não participa. É um porco.” No relatório, a PF não esclarece o contexto da conversa sobre as cobranças.

Geddel, além de ser vice-presidente da Caixa indicado por Michel Temer, era também membro do Conselho de Administração da J.Malucelli Energia – o FI-FGTS era sócio no negócio. “Em princípio, trata-se de uma transação típica de negócio da Caixa, porém, analisando-se os diálogos, verifica-se que Geddel demonstrava uma preocupação exacerbada a esse aporte à J.Malucelli, segundo palavras de Fábio Cleto”, diz a PF no relatório.

Para os investigadores, essas mensagens devem basear novas investigações. “Chamou a atenção ainda a comunicação de aporte financeiro de R$ 30,6 milhões que Fábio Cleto recebera da diretora executiva de Fundos da Caixa, sra. Deusdina Pereira, operação de grande interesse, segundo Cleto, do vice-presidente da Caixa, sr. Geddel Vieira Lima, atual ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República do Governo provisório Michel Temer. Os indícios suscitados neste relatório, oportunamente, poderão subsidiar investigações pontuais sobre os fatos apontados.”







Nenhum comentário:

Postar um comentário