Não era a primeira vez que Geddel era alvo de denúncias de corrupção. Seu nome já havia figurado no escândalo Anões do Orçamento, no qual políticos manipulavam emendas parlamentes com objetivo de desviar dinheiro. O próprio ACM sapecou um apelido em Geddel por conta da sua suposta atuação: O Agatunado.
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Agora estamos em setembro de 2016. Matéria da revista Época revela que o empresário Lúcio Funaro, preso pela Operação Lava Jato, foi flagrado em mensagens de celular acusando Geddel Vieira Lima, um dos ministros mais influentes do governo Michel Temer, de fazer pressão numa operação de R$ 330 milhões no fundo de investimento do FGTS, o FI-FGTS. Revela ainda mais, como por exemplo, a opinião de Funaro sobre o Agatunado, digo, Geddel: ““Ele é boca de jacaré para receber e carneirinho para trabalhar e ainda reclamão”.
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Agora estamos no dia de hoje, 19 de novembro de 2016. Novamente Geddel volta a protagonizar escândalos. Desta vez, como pivô da demissão do ministro da Cultura, Marcelo Calero. De acordo com a Folha de São Paulo, o ex-ministro deixou a Cultura porque Geddel o pressionou a liberar obra: “Não estou aqui para fazer maracutaia”.
Maracutaia, amigos! É um colega de Esplanada acusando Geddel de fazer maracutaia! Mais explícito, impossível!
Olha o que disse Calero: “Eu fiquei surpreendido, porque me pareceu tão absurdo o ministro me ligar determinando que eu liberasse um empreendimento no qual ele tinha um imóvel. Você fica atônito. Veio à minha cabeça: “Gente, esse cara é louco, pode estar grampeado e vai me envolver em rolo, pelo amor de Deus”.
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A primeira consequência lógica desse escândalo seria a demissão de Geddel. Mas não vivemos tempos lógicos. Fruto de um golpe parlamentar, o governo ilegítimo de Michel Temer tem na sua equipe um número sem fim de ministros acusados de diversos crimes. Como conta com a conveniência ( alguém disse cumplicidade?) da maioria da grande mídia, tem se especializado em não ligar, responder ou tomar providência frente as estes escândalos. É só lembrar que nessa semana Temer nomeou Romero Jucá como líder no Congresso. Um acinte.
Mas é fato que a crise chega ao quarto andar do Planalto e põe em xeque o governo. A decisão está nas mãos de Temer ou do próprio Geddel. Temer pode estancar a turbulência imediatamente, tirar Geddel, mas ao mesmo tempo admitir que um dos seus principais assessores de confiança atuou para se beneficiar pessoalmente. Geddel pode se afastar para se defender – a Comissão de Ética Pública anunciou que vai abrir processo de investigação sobre atuação de Geddel – mas deixa o governo sem seu articulador político em meio a votações importantes como a PEC 55 no Senado.
É crise do mesmo jeito.
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Geddel falou à jornalista Cristiana Lôbo, da Globonews, e admitiu ter pressionado o ex-ministro Marcelo Calero a liberar uma obra na Bahia, que segundo arquitetos e urbanistas, agride o patrimônio histórico. Segundo Geddel, "em tempos de crise, é preciso estimular investimentos para animar a economia".
O problema é que Geddel tem uma unidade no imóvel e advogar em causa própria representa o crime de advocacia administrativa, o 321 do Código Penal, com pena de três meses a um ano de prisão, além de multa.
Não é pouca coisa, não. Uma imprensa que já fez pressão pela demissão de ministro por conta de uma tapioca, se vê pressionada a colocar panos quentes e fechar os olhos para o “retorno às compras” de Geddel...
Fontes citadas:
http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2016/09/geddel-tem-boca-de-jacare-para-receber-diz-funaro.html
http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,acm-acusa-geddel-de-enriquecimento-ilicito,20010205p34947
http://painel.blogfolha.uol.com.br/2016/11/19/pedido-de-geddel-para-que-ministro-interferisse-em-obra-sera-alvo-da-comissao-de-etica-da-presidencia/
Agora estamos em setembro de 2016. Matéria da revista Época revela que o empresário Lúcio Funaro, preso pela Operação Lava Jato, foi flagrado em mensagens de celular acusando Geddel Vieira Lima, um dos ministros mais influentes do governo Michel Temer, de fazer pressão numa operação de R$ 330 milhões no fundo de investimento do FGTS, o FI-FGTS. Revela ainda mais, como por exemplo, a opinião de Funaro sobre o Agatunado, digo, Geddel: ““Ele é boca de jacaré para receber e carneirinho para trabalhar e ainda reclamão”.
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Agora estamos no dia de hoje, 19 de novembro de 2016. Novamente Geddel volta a protagonizar escândalos. Desta vez, como pivô da demissão do ministro da Cultura, Marcelo Calero. De acordo com a Folha de São Paulo, o ex-ministro deixou a Cultura porque Geddel o pressionou a liberar obra: “Não estou aqui para fazer maracutaia”.
Maracutaia, amigos! É um colega de Esplanada acusando Geddel de fazer maracutaia! Mais explícito, impossível!
Olha o que disse Calero: “Eu fiquei surpreendido, porque me pareceu tão absurdo o ministro me ligar determinando que eu liberasse um empreendimento no qual ele tinha um imóvel. Você fica atônito. Veio à minha cabeça: “Gente, esse cara é louco, pode estar grampeado e vai me envolver em rolo, pelo amor de Deus”.
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A primeira consequência lógica desse escândalo seria a demissão de Geddel. Mas não vivemos tempos lógicos. Fruto de um golpe parlamentar, o governo ilegítimo de Michel Temer tem na sua equipe um número sem fim de ministros acusados de diversos crimes. Como conta com a conveniência ( alguém disse cumplicidade?) da maioria da grande mídia, tem se especializado em não ligar, responder ou tomar providência frente as estes escândalos. É só lembrar que nessa semana Temer nomeou Romero Jucá como líder no Congresso. Um acinte.
Mas é fato que a crise chega ao quarto andar do Planalto e põe em xeque o governo. A decisão está nas mãos de Temer ou do próprio Geddel. Temer pode estancar a turbulência imediatamente, tirar Geddel, mas ao mesmo tempo admitir que um dos seus principais assessores de confiança atuou para se beneficiar pessoalmente. Geddel pode se afastar para se defender – a Comissão de Ética Pública anunciou que vai abrir processo de investigação sobre atuação de Geddel – mas deixa o governo sem seu articulador político em meio a votações importantes como a PEC 55 no Senado.
É crise do mesmo jeito.
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Geddel falou à jornalista Cristiana Lôbo, da Globonews, e admitiu ter pressionado o ex-ministro Marcelo Calero a liberar uma obra na Bahia, que segundo arquitetos e urbanistas, agride o patrimônio histórico. Segundo Geddel, "em tempos de crise, é preciso estimular investimentos para animar a economia".
O problema é que Geddel tem uma unidade no imóvel e advogar em causa própria representa o crime de advocacia administrativa, o 321 do Código Penal, com pena de três meses a um ano de prisão, além de multa.
Não é pouca coisa, não. Uma imprensa que já fez pressão pela demissão de ministro por conta de uma tapioca, se vê pressionada a colocar panos quentes e fechar os olhos para o “retorno às compras” de Geddel...
Fontes citadas:
http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2016/09/geddel-tem-boca-de-jacare-para-receber-diz-funaro.html
http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,acm-acusa-geddel-de-enriquecimento-ilicito,20010205p34947
http://painel.blogfolha.uol.com.br/2016/11/19/pedido-de-geddel-para-que-ministro-interferisse-em-obra-sera-alvo-da-comissao-de-etica-da-presidencia/
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