terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Guto ganha chance de pensar grande e reencontrar a torcida



O Esporte Clube Bahia anunciou oficialmente o retorno de Guto Ferreira. Não adianta tapar o sol com a peneira: foi uma escolha polêmica. Seja pelas opiniões técnicas quanto aos trabalhos do treinador; seja pelo seu histórico de mudanças abruptas de clubes - sobretudo, claro, a de quando deixou o Bahia esse ano.

Caju para lá; cajá para cá; adianto logo minha opinião: foi uma decisão acertada. Posto aqui as ressalvas, mas apoio a decisão da Diretoria.

Guto "nasceu" com a Chapecoense, "cresceu" com o Bahia e foi buscar a consolidação no Internacional de Porto Alegre. Essa tal consolidação como técnico de primeira grandeza não veio. Por isso, a meu ver, Guto é mais aposta em 2018 do que era em 2016. E explico: na primeira vinda, Gordiola era um treinador em ascensão; hoje é um profissional em busca de recuperação.

Esse é o primeiro motivo pelo qual me expressei contrariamente à sua contratação. A segunda e terceira são de mérito mesmo: (2ª) Guto não valoriza como deveria os jogadores da base e (3ª) é teimoso além da conta. “A teimosia dele nos rendeu Renê Júnior”. Verdade. Mas nos deu também Hernane - o que quase nos custou o Nordestão. Além disso - insisto, a meu ver, um ver de quem assistia os jogos da arquibancada e não estava no dia-a-dia do time - Guto tem um problema de conceituação, de como enxerga seus times, não importando o peso que a Camisa e o Clube tem. Pensou um Bahia menor do que deveria em 2016; repetiu o erro com o Inter em 2017.

Não acho que Bahia e Internacional tinham a obrigação de levantar a Taça na Série B, a ferro e fogo. Mas sua obrigação era tentar, era almejar, lutar e jogar para tal. Se não desse, é da vida, é do futebol. Mas não adotar essa postura altiva foi, é e sempre será um erro.

Parêntese. Ver as equipes de Guto jogando fora de casa é um sofrimento... Fecha parêntese.

Dito isso tudo, deixando todas as ressalvas acima, volto à vida real.

Vida real na qual não existem tantos excelentes treinadores disponíveis, onde o EC Bahia deve (de maneira responsável) contratar um técnico dentro de suas possibilidades financeiras e “colocar o chapéu onde a mão alcança”.

E, sim, neste caso, Guto é uma boa possibilidade. Basta ele mesmo, mais do que a Diretoria ou a Torcida, acreditar, sonhar e querer vôos mais altos.

#BBMP