quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Quem foge é o coelho - ou as galinhas, ou os leões...



Fugir não é para o Bahia. Quem foge é o coelho - ou as galinhas, ou os leões...

Assim, penso, não devemos abandonar o campeonato. Ganhar ou perder é do esporte, e o Bahia sempre enfrentou os triunfos e revezes com altivez, cabeça erguida e sem abandonar o campo.

Da mesma forma, o Bahia não deve desistir do que acredita ser justo. Devemos seguir acompanhando os recursos ao STJD e cobrando que as instâncias superiores revejam o frágil julgamento ocorrido no estado.

O Bahia nunca quis vantagem esportiva; mas jamais abriu mão de um julgamento exemplar que dissesse a toda a sociedade que a violência, a mentira e os desvios de conduta não serão mais tolerados e que o futebol baiano ainda vale a pena.

Não abandonar o jogo em campo.
Não desistir da luta na Justiça.
É o que eu penso.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

AMADORISMO É UM PRIVILÉGIO QUE SÓ O TORCEDOR PODE USUFRUIR.

Alguns dicionários definem AMADOR como aquele que gosta muito de alguma coisa; amante, apreciador, entusiasta.

Espera-se que um torcedor de futebol seja um amador. E que ele goste de seu clube acima de tudo - inclusive do bom senso, do que é plausível, acima até da razão.

Os mesmos dicionários também definem como AMADOR aquele que entende apenas superficialmente de algum assunto ou atividade.

Da mesma forma, parece natural que não seja exigido do torcedor de futebol o mais absoluto conhecimento das regras, regulamentos e regimentos sobre uma partida, um campeonato ou sobre o próprio esporte.

Por fim, uma outra hipótese encontrada nos glossários para AMADOR é aquele que ainda não domina ou não consegue dominar a atividade a que se dedicou, revelando-se inábil, inexperiente, incompetente etc.

Pois bem.

Por entusiasmo, por impulso incontrolável, no chamado calor da emoção, um amador pode tentar justificar atos violentos e covardes (simbólicos e reais) como aqueles encenados no último Ba-Vi.

Por não saber das regras, das possíveis punições, do quanto isso fere a lógica do desporto, por não entender a repercussão internacional que esse ato traria, um amador pode defender a fuga de campo, como vimos no Barradão.

Por inabilidade, inexperiência ou incompetência, um amador pode imaginar que a ordem para o abandono do jogo não seria percebida pela arbitragem, contestada pela equipe adversária e flagrada pelas câmeras de imprensa; e que insistir na farsa de negar esse ato não aumentaria a reprovação geral sobre sua atitude.

Amadores poderiam tudo isso, pois são torcedores - e torcedores são amadores.
Esse é um direito, um privilégio deles. E só deles.

Que, tão logo, as coisas voltem a ser assim. Pelo bem do futebol baiano.








terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

CLASSE MÉDIA: QUANDO VOLTAREMOS A CONVERSAR?



É carnaval e tal. É tempo de festa e não de reflexões. Mas deixa eu registrar uma tristeza: quando vejo amigos inteligentes orgulhosamente curtindo e postando conteúdos “pró-mercado, anti-comunistas” - como se pertencessem à elite capitalista, como se não fossem fudidos como nós.

Especialmente no Brasil, onde a concentração de riqueza é abissal, o cara que tem um escritório, consultório, passou em um concurso ou tem uma pequena/média empresa, se comportar como se fosse banqueiro, defendendo uma elite que ri dele, dá uma tristeza enorme...

Daí que a pessoa acha que “defender a direita” é, de fato, proteger seu patrimônio, suas conquistas, seus privilégios. Acha que “ser de direita” é proteger a casa financiada, a escola particular dos filhos, a viagem parcelada com a família.

Ele sabe que comparado a elite real ele é um nada, mas veste a camisa do status quo, defende o atual modelo de sociedade e se regozija por ter um pouco mais que os pobres em geral...

Esse tipo de cidadão - insisto, gente inteligente, estudada, boa praça - acaba por fazer o que Chico Buarque disse: grita com o Paraguai, mas fala fino com os EUA. “Paga pau” para o mercado, mas “engrossa o pescoço” contra pobres, negros, esquerdistas, preguiçosos, culpados pela própria maleza.

Tem muito de responsabilidade nossa nisso: generalizar a classe média é um erro; tratá-la como inimiga é uma tragédia. Está na hora do PT e da Esquerda se reencontrar com a classe média, e não afastá-la como vem fazendo.

Uma bancária, um profissional liberal, uma dona de salão de beleza não pode achar que a Esquerda é sua adversária - e a Direita sua aliada.

Mas registro a tristeza porque percebo que alguns amigos/conhecidos sabem disso tudo, e mesmo assim optaram pelo individualismo, pelo orgulho barato, pelo interesse próprio, pela farinha pouca meu pirão primeiro...

É urgente e necessário romper o Ba-Vi que se transformou a política nacional, onde falsamente quem é de esquerda, quem defende a justiça social, a inclusão econômica e cultural no desenvolvimento do país ou os direitos da pessoa humana, é inimiga dos setores médios.

Sobre ser de esquerda, fico com Pepe Mujica: “É uma posição perante a vida, onde a solidariedade prevalece sobre o egoísmo.” E, penso, nossa tarefa é romper o maniqueísmo típico das redes sociais, reconhecer que há muita gente nas classes médias que pensam como nós e lutar ao seu lado por um Brasil menos desigual, mais justo e com oportunidade para todos!